terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ah, essa minha impontualidade!

Desconheço a vez em que cheguei a um compromisso adiantada.
Nunca tive intimidade com relógio, aliás depois de adulta nunca mais usei um. Minha mãe sempre foi meu cronômetro mais confiável.

Se começo o ritual "mulherzinha" com 3, 4 ou 5 horas de antecedência sou capaz de deixar para os minutos finais algo crucial.

Não há como fugir das rédeas de ser uma retardatária.

Tem sempre uma unha a retocar, a calcinha que marca na roupa, o sutiã que não junta os seios dentro do decote.

Sem contar os inúmeros "esquecidos": o livro em cima da cama, o dinheiro em cima da mesa,um documento, o cartão de crédito no bolso de fora de outra bolsa... A chapinha ligada, o perfume caro ao alcançe da criança xereta ou a dúvida se ativei ou não o alarme do carro.

Parece até um complô pra que eu me atrase.
O duelo entre o tempo e eu.
O universo insistindo retorno e contribuindo para mais um atraso em série.

Já não sei o que é acordar meu filho com calma. Sempre agrego ao "bom dia" um breve e sussurrado "estamos atrasados". Virou clichê!

Só lembro dos meus atrasos quando aguardo por alguém.
Como esperar é insuportável! O atrasado parece egocêntrico e irresponsável.

É sentada numa poltrona folheando a revista Veja e tentando honrar o nome de "paciente" que me lembro dos meus atrasos.
Lamento todos!
Bate até um certo remorso,sabe?
Pelas amigas, namorado, trabalho, curso, cabelereiro, dentista. Mãe, pai, irmãs, avós. enfim, todos que eu fiz esperar.

- Amanhã vou levantar alguns minutos antes. Não custa nada.


Apesar de deprimente, um mínimo de disciplina é necessário. Afinal, nem tudo na vida tem cinco minutos de tolerância.

domingo, 31 de outubro de 2010

Devolvendo Sapos

Não engulo nem sêmen acha mesmo que vou engolir sapos?

Ser insultado, reprimir nossas emoções, não ter coragem de responder à altura. Tudo isso é indigesto. É como se fosse um veneno mortal dentro da gente.
Resiliência é algo que se adquire. Não está nos traços genéticos.
Porém, quanto você resiste ouvir/ler alguém dizer infâmias sobre você?
Eis o ponto que quero chegar...

Depois de eu recusar um suposto convite de namoro, ele, chateado, resolveu me ofender. Buscou meios incoerentes que tentassem justificar minha indisposição para o relacionamento.
Ficamos apenas uma vez, mas a expectativa depositada era enorme. Sua frustração fez com que se comportasse de maneira infantil, agressiva, insana.
Ele afirmava que minha antipatia pela aparência física dele era responsável pela não aceitação do compromisso. Acusou-me de fútil, de ser alguém que tinha extrema preocupação com estética, sem cultura, sem faculdade.
Ouvi milhares de bobagens. Ofensas absurdas vindas de uma mente sem noção, sem algum amor próprio e auto-estima abalada.
Ouvi da mesma boca que há algum tempo atrás me colocava no mais alto nível de elogio.
Alguém que inúmeras vezes elogiou minha inteligência e sagacidade.Admirou por vezes o fato de eu ser mãe.
Contrariedades...!
Demonstrou um possível arrependimento por ter me conhecido. Sem saber que o arrependimento em mim também batia. Quando mostrou que sua aparência interna também era desagradável.
Engoli sapos, dei as costas, embora muito magoada e com raiva.
Não bastaram horas e o telefone tocava com um pedido de desculpas. Chorei ao telefone, indignei-me, relevei...
Mas percebi que sua ausência não incomodava. Mais que isso, sua presença era à mim dispensável. E o que não mais restava era desejo de aproximação da minha parte. Derreteu-se como gelo em pedra quente escorrendo e indo embora por algum lugar.
Talvez uma grande indiferença brotasse ali.E isso pareceu insuportável à ele.
Procurou novos meios que me afetassem e usou minha maternidade, sem de fato conhecer profundamente essa parte da minha vida.
“Tenho pena de você, Karla. Pena ainda mais do seu filho que não pôde escolher a própria mãe... Você só será levada a sério quando fizer coisas sérias. Como estudar, viajar ou conseguir as coisas com seu próprio esforço. E não ficar em busca de uma cirurgia para atrair homens.”

Sim, eu li isso. Acompanhado de mais um monte de absurdos. Ofensas pesadas que descarto a possibilidade de compartilhar aqui.
Eu que mal guardo dinheiro, resolvi gastar também minhas mágoas e ressentimentos.
Tinha que legitimar a insanidade do infeliz.
Escrevi em poucas linhas o que eu deveria ter dito quando ele me criticou pela primeira vez.
Fiquei procurando as palavras certas que provassem minhas boas qualidades e meus valores.
Mas não, não precisava!
Primeiro porque ele já havia enxergado sozinho quando se apaixonou por mim.
Segundo, porque pessoas como ele não me interessavam!
Deixei a modéstia que me acompanhava na ultima gaveta da cômoda e apenas relembrei-o que eu era dona de uma personalidade que tinha à ele encantado, além de ser visualmente atraente.
Outra coisa, o fato de eu querer reparar algo que não me agrada com intervenção cirúrgica não diminui meu intelecto ou minhas capacidades. E isso não era pra atrair homens, porque o que atrai de verdade um homem encontrava-se em perfeito estado.
Pedi à ele que não tivesse pena do meu filho, porque ele sim era muito amado.
A única pessoa digna de pena era ele.
Alguém que se gabava de conhecer tantas pessoas, culturas e lugares, mas que era incapaz de conviver consigo e com seus impulsos. Além da vergonha de sorrir, culpando a timidez e não a aparência precária do seu sorriso.

Atendi ao telefone pela última vez, e sem surpresas vinha ele novamente com seu pedido de desculpas.
Ele reconhecia que as coisas haviam passado do ponto, dei a chance de ele se explicar, embora não precisasse mais.
A raiva passou, foi embora. Vomitei os sapos que estavam entalados
Ele mesmo me disse que indiferença se paga com silêncio.
Enfim alcancei o silêncio que almejei desde o início. Muitos teriam o mandado para casa do caralho na primeira vez que fosse ofendido.
Fui muito paciente porque acredito que todo mundo merece uma segunda, ou talvez terceira chance.
Desculpei, porque acredito na desculpa como forma de desapego.

Ps: Sobre o fato de engolir ou não sêmen, bom, isso fica pra outro post... rs

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Forte, encorpado, quente e excitante.

Seu perfume é envolvente .

Às vezes me tira o sono.

A perfeita companhia para noites frias.

Sendo indispensável pela manhã.

Se deixamos esfriar fica amargo.

Mas enjôo-me se tão doce ele for.

Gosto dele no ponto!




14 de Abril- Dia mundial do Café

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O dom de iludir

Como acabar com a páscoa do seu filho:




Não acho saudável alimentar a idéia de um pseudo-coelhinho da páscoa.
Plantar a idéia de que existe um coelho que traz ovos de chocolate uma vez ao ano é só adiar uma frustração.
Pode parecer ingênuo e inofensivo, mas prefiro dizer para meu filho que fui eu mesma quem comprou os ovos!

domingo, 21 de março de 2010

Mais que isso (Ana Carolina / Chico César)


Eu não vou gostar de você porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música que eu gostei e botei numa fita

Eu não vou gostar de você porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita

Deixa de tolice, veja que eu estou aqui agora inteiro, intenso, eterno, pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem, é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma, o sonho, o gozo, a dor e agora pára

Será que é tão difícil aceitar o amor como é
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui

Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui

quarta-feira, 10 de março de 2010

O ataque da saudade

Estou sempre a sentir saudades: de alguém, de um momento, da minha infância, de um lugar.

As saudades nos atacam na maioria das vezes quando estamos sozinhos, embora existam saudades acompanhadas.
Sabe aquela saudade de alguém que está presente mas parece ausente? Essas são as piores!

O físico ali e o coração acolá...

Saudades: O sentimento que tem cheiro de vazio. Uma lacuna que só pode ser preenchida por quem provocou.
É a intensificação da ausência que inevitavelmente maltrata o coração de quem a sente.


Por mais que sejam doces lembranças, de bons momentos, de risos dados, de coisas aprendidas, a saudade nunca será um sentimento bom de sentir.
Principalmente quando sentimos saudades por algo ou alguém que não podemos matar.

Daquelas pessoas que se foram mas deixaram o melhor delas em nós fazendo assim querer o todo.


Deveria haver algo instantâneo pra curar a dor da saudade, e isso deveria estar ao meu alcance agora!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Assoprando as velinhas

Mais uma idade que se despediu nesse dia incomum pra mim e meus amigos.
Hoje acordei com 23 anos e especialmente feliz!
Completar anos de vida é sempre uma oportunidade a mais, de ser feliz, de realizar sonhos e de fazer feliz quem caminha junto de você.

Tem como não gostar de fazer aniversário?
Dia em que tudo é mais permissivo a você. Dia em que você pode sentir-se especial sem qualquer modéstia.
Dia de reunir e abraçar amigos, de brindar a vida, de extravasar...
Dia em que seu ego acena a todos até o ultimo minuto do seu aniversário.

É também dia de reflexão, de relembrar fatos e ver o quanto você cresceu, o quanto as dores te ensinaram e o quanto os risos te marcaram.
O quanto fracassou, e quantas vezes se levantou.

Dia de olhar a sua volta, na sua comemoração, e ver quantos novos amigos você conquistou e observar se os demais continuam fiéis.

É o seu dia, mas o dia em que todos entram no clima e comemoram tanto quanto você.

O meu maior presente eu já ganhei, e vale por todos os aniversários de minha vida: A vida do meu filho, em conseqüência da minha, minha família e meus grandes amigos!

Reconheço minha necessidade de ser feliz e por isso me desejo felicidades todos os dias!
Beijos e Obrigada!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A bipolaridade feminina

Tá certo que se auto declarar bipolar perece que serve para não ficar de lado nenhum e não ter opinião formada sobre nada.
Mas vejamos, as mulheres mudam sim de opinião, de humor e de estado de espírito assim como mudam de roupa.
É da nossa natureza viver entre dois pólos, ter mais de uma personalidade e viver em meio à insatisfação.
Isso porque somos muito cobradas pela sociedade e por nós mesmas. Mulheres vivem competindo entre si, e não há como negar.


O universo feminino é uma selva composta por felinas querendo ser melhores que as outras. Talvez isso venha de dentro, ou talvez seja o costume mesmo.
Temos nossos dias de precaução, de reserva. Assim como temos nossos dias de extravasar, de querer se sentir bela, poderosa e desejada.
Não, não é nenhum pecado mortal querer se sentir bem, nem que para isso seja preciso ousar do seu instinto selvagem (risos)

Somos volúveis e talvez até contraditórias.
Há dias de sensibilidade aflorada, onde queremos colo, carinho, atenção. Principalmente quando estamos na TPM.
Mas temos nossos dias de glória, dias em que estamos no comando. O dia em que ficamos emputecidas e ofendemos com nossas palavras ou até com aquela famosa greve de sexo.
Ora somos altruístas, ora egoístas.
Há dias que estamos para fazer amor e outros, que basta apenas nos olhar, pra perceber que precisamos do “sexo”.

É por isso que digo que as mulheres vivem entre dois pólos: o da santa e o da profana.
Confesso que assumir de quando em vez o seu lado profana requer coragem. Temos medo sim de rotulagens e muitas vezes omitimos nossas expressões e desejos por medo dos julgamentos. Mas pecar, às vezes é divino!


Não sei se um dia nós mulheres perderemos esse medo besta de sermos mal vistas. Espero que sim.
A vida num único extremo não é favorável para nós mulheres. Ou seja, viver dentro de nossas próprias diferenças é que nos torna tão interessantes. Bom, pelo menos é isso que eu acho.

Não há como ser constante sendo...mulher!

Parafraseando Clarice Lispector: “Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura.”

E não me pergunte o porquê de sermos assim, eu também não saberia responder. Sei que somos e ponto. Talvez um dia eu descubra, ou não. E se descobrir e vos contarei, ou não. Vai que perde a graça né?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O dia em que fiquei com meu amigo

Podemos voltar atrás?
Saberão por que digo isso.


Um belo dia resolvi reencontrar um velho amigo, daqueles amigos mesmo. O Cara trabalhou comigo, me viu enjoar, vomitar e foi me visitar quando meu filho nasceu.
Meu ex marido na época tinha um ódio mortal dele, mas enfim, era amigo e só.
Anos se passaram e eu que já não estava mais casada e ele que tinha acabado de ser deixado pela namorada resolveu me ligar para então batermos um papo e nos revermos.
Tudo ia muito bem, até que o sujeito resolveu me convidar para beber. Bebemos excessivamente e o danado abusou do meu estado ébrio para insistir em me beijar.
Neguei várias vezes, afinal ele não me atraia e não me despertou vontade alguma.
O sujeito tinha certo poder de persuasão, era insistente e colocou em questionamento o meu jeito de levar a vida e que eu não deveria deixar de experimentar o beijo dele. Fez a maior propaganda do tal beijo.
Aquele ditado de que quando um não quer dois não fazem é verdadeiro, porém quando a carência o etanol estão em alta desconsiderem esse clichê!
Afinal eu juro que não estava afim, mas acabei ficando. Ele disse que eu não iria me arrepender. Mentiroso.
Arrependi-me por que não gostei. Principalmente da situação e da expectativa que ele criou.
Há quem diga que não há o menor problema em se ficar com um amigo e que geralmente a mulher estraga a amizade depois.
Concordo em partes. Nós mulheres dificilmente conseguimos levar a amizade a sério quando no meio do caminho rola algo mais. Isso é quando gostamos. Geralmente projetamos no nosso “amigo” um futuro namorado.
Nesse caso os papéis se inverteram: Ele me fazia ligações e convites incessantes para nos vermos e até viajarmos juntos para um acampamento.
No começo atendi e cumpri com meu papel de continuarmos amigos e esquecermos o que passou, embora ele me assustasse cada vez que me chamasse para beber alguma coisa.
"Vai com calma! "

Hoje ele disse que notou que eu estava fugindo dele. Enfim ele notou.

Podem até achar exagero da minha parte e que eu esteja me achando com os convites dele, e que ele parece estar querendo apenas minha amizade e blá blá blá...
E que me achem covarde por fugir dele. Posso até parecer covarde, mas ás vezes ignorar só não basta.
Se eu tivesse gostado e não tivesse me arrependido poderíamos continuar com o convívio facultativo. Mas tem pessoas que se tornam tão inconvenientes que despertam medo em mim.
Nós sabemos quando alguém quer nos comer conquistar.


Como não temos o poder de voltarmos no tempo eu só gostaria que voltasse a ser como antes: distantes!
Afinal nossa amizade estava meio esquecida, e a aproximação foi intensa demais.