terça-feira, 20 de março de 2012

Outonar

E há de florir novamente.



Seja amena, menina.
Assim como fazem as plantas em época de outono, economize suas energias.
Deixe que o vento leve sorrisos e folhas amarelas.
Seja leve!
Por mais que a amenidade não seja assim, tão amiga de quem flerta com as letras.
Deleite.
Talvez a inspiração venha entre um bocejo e outro, depois de um desses cochilos à tarde, do mês de Abril.
Descanse!

E que na estação em que as folhas deixam seus galhos, deseje que máscaras toquem o chão.
Que as pessoas possam despir-se da hipocrisia.


Almas hão de ficar nuas.
Acredite!

Só não perpetue os excessos e saudades que sufocam-te.
Deixa cair...
Pois mais valem as flores murchas e as folhas secas ao chão a um fruto podre no galho.

quinta-feira, 1 de março de 2012

[C]ais




Exausta em afundar-se em mares desconhecidos,
Mergulhar em céus nublados e sentir-se âncora dela mesma
Tentou emergir-se de uma maneira que pudesse respirar
Já não temia as investidas mais profundas, nem as segundas intenções
Temia as primeiras,
o beijo sincero e a paixão irrefutável.
Temia perder o fôlego, de novo...
Ainda assim, não podia permanecer ali, no raso
Em seu porto inseguro
Viver superficialmente nunca a deixara satisfeita
E então, num dia de vento,
bons ventos
Ela encarou o espelho,
Aprisionou os seus medos
E foi fazer um novo lema
Deixou em terra uma saudade,
Ajeitou o leme, levantou suas âncoras e partiu
Partiu em busca de outro abraço que a aportasse novamente.