sexta-feira, 29 de junho de 2012

Eram 140 caracteres

Em meados de 2009, vagando pelos corredores do twitter, esbarrei com alguém especial.
Um perfil inusitado, singular.
Era um conterrâneo, só podia ser gente boa. rs
A embriaguez da dor e do amor, com rompantes de indignação, trajavam um corpo tatuado.
As brilhantes ideias ocupavam uma cabeça cabeluda.
E apesar de todo o estereótipo 'áspero', era um chorão de carteirinha. (Quase uma mulher na TPM.)
De contato a com-tato, o que era uma amizade virtual passou ser uma necessidade na vida real.
Eu havia ganhado um amigo, de verdade.
Mesmo cheio de dor, esteve ao meu lado nos piores momentos da minha vida.
Sem menosprezar o que eu sentia.
Abrindo meus olhos, estendendo as mãos.
Era o afago e o puxão de cabelo. O tapa na cara que muitas vezes a vida teve dó de me dar.

Escrever a um autor que dispensa o rótulo de poeta -embora seja um dos melhores que já li- seria um desafio. Conviver com ele poderia ser um desafio. Eu poderia me sentir menor por saber menos, por ser menos intima das letras do que ele. Por desconhecer certas soluções. Mas não. Não é assim.
A nossa distância intelectual não me retrai. Não reticencia nosso contato.
Há sintonia e entrega em nossa amizade. Não há condições para existir.
O choro compartilhado, a garrafa e a taça de vinho, a lata de Caracu, os livros do Bukowski...
As madrugadas no Whatzapp, nos bares, nos postos de gasolina ou no portão da minha casa.
Nas vezes em que o coloquei entre meus amigos, e o vi mandá-los tomar em seus respectivos cus.
O amigo que não se cala, o autor que não se reprime e grita suas dores no papel.
Às vezes se recolhe. Se recolhe e teima que não há o que ser feito.

Sua constante dor ainda não partiu. Fragmentou-se.
O sufoco o inspirou e as lágrimas mancharam o virgem papel.
E então, a poesia se materializou: Seu livro, finalmente, impresso.
Eis o derrame do seu sentir:



O autor que transborda, ultrapassou a quantidade de poemas que previu publicar, e o que, inicialmente, eram pra ser 69, resultaram em 102.
O retrato do autor, será a companhia providencial em noites mal dormidas aos que morrem um pouquinho, todo dia, por amor.

O livro está à venda no link abaixo. E não é pelo lucro do autor que vos indico- a cada livro comprado o Felipe Voigt recebe o preço de uma cervejinha do boteco da esquina, apenas- é pelo fabuloso conteúdo e pela admiração e consideração ao amigo que sempre me emprestou o ar quando me faltou. E claro, para mantê-lo ébrio e estimulado a nos presentear com os seus escritos sensacionais.

Clique aqui para comprá-lo pelo site da Perse... (O livro, cacete! O autor ainda não está a venda.)

Sou testemunha da sua dor e do seu amor e hei de vê-lo satisfeito. Brindemos, pois, Querido Ogro!

Ps: Com o lucro do meu exemplar adquirido, me pague uma cerveja. Grata!




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